Câncer de Pulmão

O que é, como diagnosticar e como tratar.

Câncer de Pulmão

O câncer de pulmão pode ser silencioso nas fases iniciais, por isso informação e avaliação oportuna fazem muita diferença. Nesta página, explico de forma clara o que é, como investigar e quais são as opções de tratamento, sempre com uma abordagem humana e baseada em evidências. Se você ou alguém próximo recebeu esse diagnóstico — ou tem sinais de alerta — agende sua avaliação

O que é

O câncer de pulmão ocorre quando células do pulmão passam por mutação/modificação e começam a se multiplicar de forma descontrolada, podendo invadir estruturas próximas e, em alguns casos, se espalhar para outros órgãos (metástases). 

Existem dois grandes grupos: carcinoma de não pequenas células (CNPC/NSCLC) e carcinoma de pequenas células (CPC/SCLC) — com comportamentos e tratamentos diferentes.

 

 

Fatores de risco

O tabagismo é o principal fator de risco. Também aumentam o risco: tabagismo passivo, exposição a radônio e asbesto, e poluição atmosférica. Histórico familiar e algumas condições pulmonares crônicas podem contribuir. 

Parar de fumar é a medida isolada mais efetiva para reduzir risco.

Quem deve procurar avaliação

Nem sempre há sintomas no início de um câncer. Quando os sintomas aparecem, os mais comuns incluem:

  • Tosse persistente 
  • Rouquidão
  • Dor no peito
  • Falta de ar
  • Cansaço
  • Perda de peso sem causa aparente
  • Hemoptise (tosse com sangue)

Procure avaliação se os sintomas durarem mais que 2–3 semanas, especialmente em pessoas com fatores de risco.

Como é feito o diagnóstico
A investigação costuma se iniciar com uma tomografia computadorizada (TC) do tórax. A confirmação depende de biópsia da lesão pulmonar (por broncoscopia, EBUS, ou biópsia percutânea guiada por TC).

Conforme o caso, é necessário realizar PET-CT e ressonância de crânio para estadiamento oncológico. Sempre que indicado, solicitamo a realização de testes moleculares (ex.: EGFR, ALK, ROS1, PD-L1) para personalizar o tratamento.

Estadiamento (classificação da doença)
Após confirmar o diagnóstico, classificamos pelo sistema TNM, que avalia tamanho do tumor (T), linfonodos (N) e metástases (M). O estadiamento orienta a estratégia terapêutica e o prognóstico.

 

Avaliação pré-operatória para cirurgia
Quando existe indicação de tratamento cirúrgico, a preparação começa com uma avaliação objetiva da reserva pulmonar e do risco cardíaco, além de estratégias para otimizar seu estado clínico antes do procedimento. Esse passo reduz complicações, ajuda a escolher a melhor técnica (e a extensão da ressecção) e orienta o plano de recuperação. 

Exames principais (o que avaliamos e o que cada um responde)

Provas de Função Pulmonar (PFP/espirometria)
Medem o VEF₁ (quanto de ar você exala no primeiro segundo) e outras variáveis. A partir da espirometria calculamos o valor pós-operatório previsto (%PPO) considerando a parte do pulmão que será retirada. Em linhas gerais, quando %PPO de VEF₁ e de DLCO ficam acima de ~60%, o risco de ressecção anatômica é baixo.

 

  •  DLCO (difusão do monóxido de carbono): Avalia a troca gasosa nos alvéolos. Assim como o VEF₁, usamos o %PPO-DLCO para estimar segurança e extensão da cirurgia.
  •  Pletismografia: Mede volumes pulmonares (como hiperinsuflação e aprisionamento aéreo) e ajuda a interpretar a espirometria e a planejar analgesia/ventilação no pós-operatório.
  •  Ergoespirometria (teste cardiopulmonar de exercício): Quantifica seu VO₂ pico (o “consumo máximo de oxigênio”) e estratifica risco cirúrgico de forma muito precisa. Em termos práticos, VO₂ pico > 20 mL/kg/min sugere baixo risco, 10–20 mL/kg/min risco intermediário e < 10 mL/kg/min alto risco — mas a decisão é sempre integrada ao contexto clínico e ao tipo de ressecção.
  •  ECG (eletrocardiograma), Ecocardiograma e avaliação cardíaca: O ECG basal é recomendado conforme idade, fatores de risco e porte da cirurgia.
    Ecocardiograma é indicado diante de sinais/sintomas cardiovasculares.
  •  Ergoespirometria com foco cardiovascular (quando aplicável): Em pacientes com reserva pulmonar limítrofe ou comorbidades cardiometabólicas, a
    ergoespirometria também auxilia a estratificação cardíaca funcional e a definição de conduta intra e pós-operatória.
  •  Exames laboratoriais de sangue: Hemograma, função renal (ureia/creatinina), eletrólitos, glicemia/HbA1c, perfil de coagulação e, quando indicado, avaliação nutricional/albumina e outros marcadores. 
  •  Otimizando antes da cirurgia – o que podemos fazer para você chegar melhor ao centro cirúrgico Cessar tabagismo: Parar de fumar pelo menos 2–4 semanas antes da cirurgia está associado à redução de complicações pulmonares e integra protocolos de ERAS/ESTS.
  •  Reabilitação/pre-habilitação respiratória: Programas focados em treino muscular respiratório e condicionamento podem diminuir complicações e abreviar a internação em pacientes selecionados (especialmente DPOC).
  •  Ajuste de comorbidades e medicações: Controle de asma/DPOC, otimização glicêmica, revisão de anticoagulantes/antiagregantes e avaliação anestésica fazem parte do preparo individualizado.
  •  Em resumo: avaliamos capacidade pulmonar, condicionamento global e risco cardíaco com ferramentas complementares. Com esses dados, personalizo a indicação (segmentectomia, lobectomia, VATS, etc.), planejo analgesia e reabilitação e reduzo riscos para uma recuperação mais segura.

Tratamento

O plano é individualizado e multidisciplinar (cirurgia torácica, oncologia clínica, radioterapia, pneumologia e radiologia). As linhas principais incluem:

  • Cirurgia (quando a doença é localizada), com remoção do segmento/lobo comprometido e dissecção linfonodal — priorizando técnicas minimamente invasivas (ex.: videotoracoscopia/VATS e cirurgia robótica/RATS).

  • Radioterapia, isolada ou combinada, para controle local.

  • Tratamentos sistêmicos: quimioterapia, terapias-alvo (conforme alterações moleculares) e imunoterapia (quando apropriado).

Mensagem importante: a chance de cura é maior nos estádios iniciais, motivo pelo qual o diagnóstico e o encaminhamento precoces fazem diferença.

 

Rastreamento e detecção precoce

Para pessoas de alto risco (ex.: fumantes/ex-fumantes em determinada faixa etária), o rastreamento com TC de baixa dose pode aumentar a detecção em fases iniciais e reduzir mortalidade; a decisão é compartilhada e individualizada. Na consulta, avalio se você se beneficia do rastreamento e qual protocolo seguir.

 

Pós-procedimento e seguimento

Após cirurgia ou tratamento sistêmico/radioterápico, organizamos um plano de seguimento com consultas, controle de sintomas, reabilitação respiratória quando necessário, e TCs periódicas para vigilância.

 

Minha abordagem

Sou Cirurgiã Torácica com prática focada em doenças da parede torácica e do pulmão. Meu cuidado é técnico e humano: explico cada passo, coordeno a investigação e discuto o caso em equipe para chegarmos ao melhor plano terapêutico possível. Sempre que indicado, priorizo abordagens minimamente invasivas e um pós-operatório com analgesia otimizada e retorno progressivo às atividades.

 

Perguntas frequentes (FAQ)

1) Câncer de pulmão tem cura?
Sim — principalmente quando diagnosticado em estádios iniciais. Em casos localizados, cirurgia costuma oferecer a maior chance de controle/cura; em situações mais avançadas, combinamos terapias para controle da doença e qualidade de vida.

2) Nunca fumei. Posso ter câncer de pulmão?
Sim. Embora o tabagismo seja o principal fator de risco, não é o único. Exposição passiva à fumaça, radônio, asbesto e poluição também contam.

3) Como é feita a biópsia? Dói?
As vias mais comuns são biópsia percutânea guiada por TC, broncoscopia e EBUS (ultrassom endobrônquico para amostras de linfonodos). A escolha depende da localização do nódulo e do seu perfil clínico.

4) O que é TC de baixa dose? Quem deve fazer?
É uma tomografia com menos radiação usada em rastreamento de pessoas de alto risco. A indicação é individualizada e discutida em consulta.

5) Toda cirurgia remove o pulmão inteiro?
Não. Na maioria dos casos indicados, removemos apenas a parte acometida (segmentectomia/lobectomia) com retirada de linfonodos para melhor estadiamento e controle.

 

 

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