O câncer de pulmão pode ser silencioso nas fases iniciais, por isso informação e avaliação oportuna fazem muita diferença. Nesta página, explico de forma clara o que é, como investigar e quais são as opções de tratamento, sempre com uma abordagem humana e baseada em evidências. Se você ou alguém próximo recebeu esse diagnóstico — ou tem sinais de alerta — agende sua avaliação.
O câncer de pulmão ocorre quando células do pulmão passam por mutação/modificação e começam a se multiplicar de forma descontrolada, podendo invadir estruturas próximas e, em alguns casos, se espalhar para outros órgãos (metástases).
Existem dois grandes grupos: carcinoma de não pequenas células (CNPC/NSCLC) e carcinoma de pequenas células (CPC/SCLC) — com comportamentos e tratamentos diferentes.
O tabagismo é o principal fator de risco. Também aumentam o risco: tabagismo passivo, exposição a radônio e asbesto, e poluição atmosférica. Histórico familiar e algumas condições pulmonares crônicas podem contribuir.
Nem sempre há sintomas no início de um câncer. Quando os sintomas aparecem, os mais comuns incluem:
Procure avaliação se os sintomas durarem mais que 2–3 semanas, especialmente em pessoas com fatores de risco.
Conforme o caso, é necessário realizar PET-CT e ressonância de crânio para estadiamento oncológico. Sempre que indicado, solicitamo a realização de testes moleculares (ex.: EGFR, ALK, ROS1, PD-L1) para personalizar o tratamento.
O plano é individualizado e multidisciplinar (cirurgia torácica, oncologia clínica, radioterapia, pneumologia e radiologia). As linhas principais incluem:
Cirurgia (quando a doença é localizada), com remoção do segmento/lobo comprometido e dissecção linfonodal — priorizando técnicas minimamente invasivas (ex.: videotoracoscopia/VATS e cirurgia robótica/RATS).
Radioterapia, isolada ou combinada, para controle local.
Tratamentos sistêmicos: quimioterapia, terapias-alvo (conforme alterações moleculares) e imunoterapia (quando apropriado).
Mensagem importante: a chance de cura é maior nos estádios iniciais, motivo pelo qual o diagnóstico e o encaminhamento precoces fazem diferença.
Para pessoas de alto risco (ex.: fumantes/ex-fumantes em determinada faixa etária), o rastreamento com TC de baixa dose pode aumentar a detecção em fases iniciais e reduzir mortalidade; a decisão é compartilhada e individualizada. Na consulta, avalio se você se beneficia do rastreamento e qual protocolo seguir.
Após cirurgia ou tratamento sistêmico/radioterápico, organizamos um plano de seguimento com consultas, controle de sintomas, reabilitação respiratória quando necessário, e TCs periódicas para vigilância.
Sou Cirurgiã Torácica com prática focada em doenças da parede torácica e do pulmão. Meu cuidado é técnico e humano: explico cada passo, coordeno a investigação e discuto o caso em equipe para chegarmos ao melhor plano terapêutico possível. Sempre que indicado, priorizo abordagens minimamente invasivas e um pós-operatório com analgesia otimizada e retorno progressivo às atividades.
1) Câncer de pulmão tem cura?
Sim — principalmente quando diagnosticado em estádios iniciais. Em casos localizados, cirurgia costuma oferecer a maior chance de controle/cura; em situações mais avançadas, combinamos terapias para controle da doença e qualidade de vida.
2) Nunca fumei. Posso ter câncer de pulmão?
Sim. Embora o tabagismo seja o principal fator de risco, não é o único. Exposição passiva à fumaça, radônio, asbesto e poluição também contam.
3) Como é feita a biópsia? Dói?
As vias mais comuns são biópsia percutânea guiada por TC, broncoscopia e EBUS (ultrassom endobrônquico para amostras de linfonodos). A escolha depende da localização do nódulo e do seu perfil clínico.
4) O que é TC de baixa dose? Quem deve fazer?
É uma tomografia com menos radiação usada em rastreamento de pessoas de alto risco. A indicação é individualizada e discutida em consulta.
5) Toda cirurgia remove o pulmão inteiro?
Não. Na maioria dos casos indicados, removemos apenas a parte acometida (segmentectomia/lobectomia) com retirada de linfonodos para melhor estadiamento e controle.